Já perdi as contas de quantas vezes
bati a porta do nosso quarto tentando aliviar a tensão de nossas brigas. É
incrível como casamentos são muito mais bonitos nas fotos do álbum guardado
naquele lugar alto do armário. Sabe, de alguma maneira eu sempre soube que
quando se resolve juntar os motivos para sorrir, os desentendimentos sempre se
escondem na bagagem. Só não esperava que isso acontecesse com a gente.
Volto naquele primeiro dia da
faculdade, onde esbarrei com um calouro da turma das engenharias, com o cabelo
bagunçado e aquela cara –sexy- de sério. Naquele momento eu imaginei como seria
acordar todas as manhãs e enxergar o seu rosto ao abrir os olhos. Eu queria
isso. E de alguma forma incrível minha timidez e as tão odiadas sardas te
encantaram do mesmo jeito que sua pintinha no canto da boca fez comigo.
Casamos, nos mudamos para aquele
apartamento no final da rua, tivemos outra versão de nós - um mini cara de
sério, de cabelo bagunçado - e algum tempo depois, nossa primeira briga. A
partir daí, a rotina vem tentando acabar com a tranquilidade do nosso
relacionamento dia após dia.
Não estou dizendo que não te amo
mais. Na verdade, até acredito que as imperfeições do nosso casamento são o que
torna tudo isso real. Não quero uma vida com sorrisos artificiais e falsas
declarações de “está tudo bem”. O que eu quero é exatamente isso: a vida real,
a realidade com você.
Porque o amor perfeito não passa de mais
uma ideia concreta que colocaram na nossa cabeça. Para mim, o amor
verdadeiro mesmo é a capacidade de reconciliar-se depois de uma briga. E com um
beijo roubado de preferência. Ei psiu, ta esperando o quê?
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